domingo, 24 de junho de 2007

Eterno tropeiro

"Sentado à beira do fogo sentindo o peso da idade,tão triste o velho tropeiro quase morto de saudade, oitenta anos nas costas sempre lidou com boiada e nunca em suas andaças deixou um boi na estrada, agora não pode mais seu corpo velho cansado ás veses fica caducando Começa a gritar com o gado,se assusta e recobre os sentidos de novo fica calado. Pois este velho de oitenta muito pra mim representa. Tropeiro velho quanta tristeza, esconde o rosto na aba do chapéu Olhos cravados no fogo do chão olha a fumaça subindo pro céu, quebra de um tapa o seu chapéu na testa Esqueça os seus oitenta e janeiros Repare os campos lá vem a boiada pela estrada gritando tropeiro, tropeiro velho não levanta os olhos não tem mais força é o peso da idade acabrunhado a beira do fogo está morrendo de tanta saudade.Eu que sempre me julguei tão forte para lutar, tao acostumada com os desafios da vida, vi - me por hora envolvida no que vou chamar de partida. Por não ter outro nome essa hora em que o gaucho estremece e a prenda até esqueçe como se faz o nó de um lenço, e pra isso é prescizo ser valete e aguetar sorrindo essa dor, por saudade ou amor a tudo que me encinaste preciso dar a ti o devido valor. Vai endereçar pra outro universo velho querido, viveste de peito erguido, te foste como todos vão, ficamos em teu costume e digna tradição.Pq tu foste guapo e faceiro vai pro ceu um gaucho inteiro, pq só a morte convida sem dar chance de recuza. E assim lembrando tuas ultimas palavras, que me falaste: és neta de gauhco macho, não vai chorar, em mim vai confiar, pq fizeste oque achava melhor. Enterrei ele na beira da estrada Prá ver a tropa que passa e se vai Leiam na cruz vocês vão saber Tropeiro velho era o meu próprio avo Adeus meu vo tropeiro dos pampas Teu pensamento cumprirá teu fim.Tropeiro velho hoje descança em paz."

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